Problema
A infraestrutura digital de um país é composta pelos bens de capital e aplicações em ambiente virtual que permitem o acesso das empresas e da população a toda sorte de serviços digitais como energia elétrica, internet, comunicação, serviços financeiros, modais de transporte, governo eletrônico, computação e armazenamento em nuvem, dentro outros. Dessa forma, ela é composta pelo conjunto de infraestruturas físicas (cabos submarinos e aterrados, satélites, estações de telecomunicações, etc.) e não físicas (aplicações de software da Tecnologia da Informação).
Grande parte dos processos industriais dependem de acesso de qualidade à internet. Apesar de a conexão à internet continuar em expansão, o acesso à banda larga ainda enfrenta desafios. Um levantamento da TIC Domicílios de 2022 mostra que 36 milhões de pessoas não tem acesso à internet. Mesmo para a parcela significativa da população com acesso à internet, a qualidade ainda é baixa, quando observadas a assinatura de banda larga fixa por faixa de velocidade e a velocidade média de download. As velocidades de download de banda larga móvel também apresentam desempenho insatisfatório, quando comparadas com a média da OCDE.
Uma das soluções para melhorar esses indicadores é ampliar as redes 4G e, em breve, massificar o uso do 5G. Uma dificuldade enfrentada na expansão da banda larga, em especial do 5G, é a inadequação das regulamentações subnacionais para a infraestrutura de telecomunicações.
Atualmente, o Brasil apresenta alta dependência de satélites estrangeiros. A geolocalização e navegação por satélites permite o funcionamento de soluções logísticas, da aviação civil, do transporte marítimo e da segurança nacional, além de ser peça fundamental para o funcionamento dos aplicativos de mobilidade urbana e entregas. Também é importante para a previsão do tempo e gestão de recursos hídricos, essenciais para atividades de agropecuária, permitem monitoramento do desmatamento e controle do funcionamento de minas autônomas, sincronização do grid elétrico, uso da telemedicina em áreas remotas, de teleducação, de telecomunicação e do sistema financeiro, veículos autônomos, entre outras atividades.
Os satélites contribuem também com a previsão do tempo, essencial para atividades de agropecuária, monitoramento do desmatamento e controle do funcionamento de minas autônomas, entre outras atividades.
Quanto mais digitalizada a economia, maior a dependência de tecnologia aeroespacial.
A importância do setor foi demonstrada em estudo conduzido pela London School of Economics, que determinou que uma disrupção do sistema de geolocalização por cinco dias geraria uma perda de 5,2 bilhões de libras.
A alta dependência do Brasil em relação a satélites estrangeiros constitui uma vulnerabilidade econômica e geopolítica, que precisa ser mitigada.