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MAPA ESTRATÉGICO DA INDÚSTRIA
2023 2032

O CAMINHO PARA A NOVA INDÚSTRIA

Conheça os principais objetivos e metas que impulsionam o desempenho, a competitividade e o crescimento sustentável do setor industrial.

Indicador de distância até as metas de Educação (%)
Brasil
2 %
-
-
2015
3 %
-
-
2016
7 %
-
-
2017
11 %
-
-
2018
11 %
-
-
2019
13 %
-
-
2020
14 %
-
-
2021
14 %
-
-
2022
0 %
-
-
2023
0 %
-
-
2024
0 %
-
-
2025
0 %
-
-
2026
0 %
-
-
2027
0 %
-
-
2028
0 %
-
-
2029
0 %
-
-
2030
0 %
-
-
2031
100 %
-
-
2032

Nota: A distância até a meta foi calculada para cada indicador como um indicador de 0 a 100% em que 0 é o valor atribuído ao pior valor da série histórica e 100% é atribuído à meta estabelecida pela CNI. Foi calculada uma média simples dos indicadores de cada tema prioritário e o indicador final foi calculado como uma média simples dos indicadores dos temas prioritários. Quando o indicador não possuía dado para os anos mais recentes, por uma questão de defasagem na publicação dos dados, o último dado disponível foi replicado. Os indicadores serão atualizados à medida em que novos dados forem publicados.

Fonte: CNI.

A educação é alicerce fundamental para o progresso e o desenvolvimento de uma sociedade. A formação de indivíduos está intrinsecamente conectada à competitividade e ao crescimento de todos os setores econômicos, incluindo a indústria e áreas afins.

Para que a educação cumpra seu papel de maneira eficaz, é essencial que esteja em constante evolução, alinhando-se às mudanças sociais, científicas e tecnológicas que caracterizam o mundo contemporâneo e o novo mundo do trabalho. Isso implica em uma revisão periódica dos currículos escolares, permitindo que estejam sempre atualizados e relevantes para as demandas atuais.

O avanço na agenda educacional não é apenas um investimento no futuro, mas também uma ferramenta que permite o desenvolvimento integral da sociedade. Quando priorizada e bem estruturada, a educação capacita os indivíduos a alcançar seu pleno potencial, contribuindo assim para o crescimento econômico e o progresso social.

Além disso, posiciona o Brasil como um competidor global, preparado para enfrentar os desafios e oportunidades que o mundo globalizado apresenta. Portanto, investir na educação é investir no futuro e na prosperidade do país.

A educação, quando alinhada às demandas da indústria, desempenha papel transformador para a modernização e o desenvolvimento industrial brasileiro, impulsionando a competitividade e a produtividade do país.

Os indicadores de educação vêm apresentando evolução lenta em direção às metas estabelecidas para 2032.

Na Educação Básica, o desempenho dos alunos no IDEB apresenta evolução lenta e insuficiente para alcançar as metas. O desempenho dos alunos brasileiros em matemática e ciências no PISA permanece distante do verificado nos alunos dos países da OCDE.

O indicador de qualidade da gestão escolar, que mede o percentual de diretores contratados por processo seletivo ou eleição, se encontra no pior valor da série histórica. O indicador de formação de professores, que avalia o alinhamento entre os componentes curriculares ensinados e o curso de graduação dos professores evoluiu 28% em relação ao pior valor da série. O percentual de matrículas na EJA integrada à educação profissional permanece baixo e distante da meta estabelecida para 2032.

O percentual de escolas sem condições mínimas de funcionamento, como água encanada, esgotamento sanitário e energia elétrica apresenta redução nos últimos anos. Já o indicador de digitalização nas escolas precisa evoluir rapidamente para alcançar as ambiciosas metas estabelecidas para 2032.

Na Educação Profissional e Superior, o percentual de alunos que cursam o Ensino Médio profissionalizante segue baixo e distante da meta de se igualar ao percentual da OCDE. O número de matrículas na Educação Profissional e Tecnológica segue evoluindo em velocidade insuficiente para alcançar a meta. O indicador que acompanha o percentual de graduados em áreas de STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) apresentou piora nos últimos anos. O percentual de gestores de empresas com Educação Superior completa ou pós-graduação permanece estacionado e distante da meta estabelecida. A participação de aprendizes efetivados nas empresas nas quais estavam vinculados a programas de aprendizagem permanece baixo e distante da meta.

Educação Básica
Educação Profissional e Superior
Temas Prioritários

Educação Básica

O investimento na Educação Básica e na formação das futuras gerações emerge como um pilar essencial para construir as bases que viabilizarão o desenvolvimento sustentável e a prosperidade a longo prazo.

A Educação Básica desempenha papel determinante não só para a transformação da sociedade em geral, mas também para a inserção do panorama de modernização e desenvolvimento em todos os setores econômicos. Nessa perspectiva, ela atua com efeito catalisador, impulsionando tanto o desenvolvimento social e a competitividade, como a competitividade e a produtividade de uma nação.

A qualidade da Educação Básica não apenas molda o futuro dos indivíduos, mas também determina a capacidade do país de se adaptar às demandas globais em constante evolução, fomentando uma força de trabalho qualificada e capacitada para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mundo contemporâneo. É, portanto, uma alavanca poderosa para a construção de um futuro mais promissor e competitivo em um cenário global cada vez mais dinâmico e complexo.

Problema
A Educação Básica no Brasil enfrenta desafios significativos que afetam a qualidade do ensino e a formação integral dos estudantes. Na última prova do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), aplicada para adolescentes de 15 anos em 79 países, os estudantes brasileiros ocuparam a 72ª colocação em matemática, a 67ª em ciências e a 59ª em leitura³⁹.

Os resultados acadêmicos insatisfatórios refletem a baixa qualidade da gestão escolar, as deficiências na formação de professores e a dificuldade de acesso à infraestrutura adequada nas escolas.

A deficiência na gestão escolar e a influência política na escolha de cargos de gestão nas escolas são fatores que comprometem a educação. As políticas educacionais, muitas vezes, são definidas sem a devida análise e planejamento, resultando em ações ineficazes e falta de continuidade.

Por sua vez, a carreira docente é desvalorizada, o que desmotiva os jovens a optar por esse caminho profissional. Muitos professores ensinam componentes curriculares para os quais não possuem formação e não têm acesso a programas de desenvolvimento profissional contínuo, o que impacta a qualidade do ensino.

Além disso, o excesso de foco no ensino teórico, em detrimento das habilidades práticas, limita a formação integral dos estudantes. Os métodos de ensino obsoletos contribuem para o desinteresse dos estudantes, que não veem sentido em aprender conteúdos desconectados da realidade.

Em diversas regiões do país, especialmente nas mais carentes, a disponibilidade de escolas é insuficiente e a infraestrutura é precária, o que prejudica o processo de aprendizagem dos estudantes. Muitas instituições não possuem acesso a serviços básicos, como água potável, esgotamento sanitário e energia elétrica, o que limita as possibilidades de aprendizado.

Adicionalmente, torna-se muito difícil preparar os estudantes para a vida no século XXI em escolas não digitalizadas, sem acesso à internet e sem ferramentas de ensino como projetores multimídia, lousas digitais, computadores, notebooks e tablets.

Superar esses desafios é fundamental para garantir uma educação de qualidade para todos os brasileiros, independentemente de sua condição socioeconômica ou localização geográfica. A educação é um direito básico e um pilar para o desenvolvimento do país, razão pela qual deve ser acessível a todos.
Solução
A gestão escolar precisa ser profissionalizada, com gestores preparados para lidar com os desafios da educação e comprometidos com a melhoria da qualidade do ensino. É necessário fortalecer sistemas eficazes de avaliação e monitoramento, que permitam a identificação rápida e eficiente de problemas e a implementação de soluções.

A valorização da carreira docente é um elemento fundamental para melhorar a Educação Básica no Brasil. É essencial investir na formação inicial e continuada dos professores para proporcionar um ensino mais eficiente, estimular a participação dos estudantes e prepará-los para os desafios atuais e futuros.

É crucial realizar os investimentos necessários para que as escolas brasileiras não funcionem em situação de precariedade e avançar na digitalização das escolas, trazendo as ferramentas necessárias para que os professores possam engajar os estudantes no processo de aprendizagem.

Essa medida deve ser acompanhada pela revisão e atualização constante dos currículos, garantindo que os conteúdos ensinados estejam alinhados às demandas do século XXI e sejam relevantes para a vida dos estudantes.
Benefícios esperados
O progresso da Educação Básica contribui para o desenvolvimento dos indivíduos e para a sociedade como um todo, pois é fator determinante para o aumento da participação cívica e do exercício da cidadania; para a melhoria dos indicadores de saúde e para a redução das desigualdades sociais e incidência de crimes.

Além disso, uma Educação Básica de qualidade promove as habilidades cognitivas, sociais e técnicas essenciais para o mundo do trabalho e inculca valores como responsabilidade, ética e trabalho em equipe, vitais em qualquer ambiente de trabalho colaborativo.

A educação básica também desempenha papel crítico na promoção da inovação e aumento da produtividade. À medida que os estudantes progridem em seu aprendizado, têm a oportunidade de explorar áreas de interesse, desenvolver suas habilidades e, eventualmente, contribuir para a criação de novos conhecimentos e tecnologias. Isso alimenta a inovação, que, por sua vez, impulsiona o crescimento econômico, tornando o país mais competitivo globalmente.

Ademais, a Educação Básica é fator determinante na capacidade de um país atrair investimentos estrangeiros e desenvolver indústrias de alto valor agregado. Empresas buscam países com uma força de trabalho qualificada, que favoreça a criação de empregos de alto nível e estimule a formação de empresas inovadoras. Uma educação básica de excelência é, portanto, uma vantagem competitiva para qualquer nação que busque se destacar na economia global.

Nessa perspectiva, a Educação Básica não é apenas um investimento no indivíduo, mas também um investimento no futuro de uma sociedade. Ela aumenta a produtividade, reduz a desigualdade, fortalece a coesão social e melhora a qualidade de vida das pessoas. Portanto, não é exagero afirmar que a educação básica é o alicerce sobre o qual se constrói o crescimento econômico sustentável e o desenvolvimento social de qualquer nação.
Objetivos
Elevar a qualidade da Educação Básica
Meta 1:

Elevar a nota média dos alunos brasileiros do ensino fundamental e Médio em 40% até 2032

  • Crescimento de 3,1% a. a.
Indicador: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)
Anos iniciais
Anos finais
Ensino médio
5,0
-
-
4,1
-
-
3,7
-
-
2011
5,2
-
-
4,2
-
-
3,7
-
-
2013
5,5
-
-
4,5
-
-
3,7
-
-
2015
5,8
-
-
4,7
-
-
3,8
-
-
2017
5,9
-
-
4,9
-
-
4,2
-
-
2019
5,8
-
-
5,1
-
-
4,2
-
-
2021
6,2
-
-
5,3
-
-
4,7
-
-
2023
8,1
-
-
7,1
-
-
5,9
-
-
Meta

Fonte: INEP – MEC. Nota: Resultado médio dos testes de língua portuguesa e matemática padronizados e multiplicados pela taxa de aprovação de cada etapa do ensino básico.


 

Iniciativas:
  • Aprimorar políticas que contribuam para melhorias no fluxo escolar e reduzam as taxas de reprovação.
  • Desenvolver ações voltadas para a recomposição da aprendizagem.
  • Alinhar os exames de avaliação educacional vigentes, como o SAEB e o ENEM, à Base Nacional Curricular Comum - BNCC, e garantir recursos suficientes para sua formulação e aplicabilidade.
  • Apoiar o desenvolvimento de material didático alinhado à Base Nacional Curricular Comum - BNCC, e atrelado à formação de professores.
  • Ampliar o acesso a tecnologias educacionais e favorecer o uso de inteligência artificial para melhoria da qualidade da aprendizagem.
  • Desenvolver políticas assertivas, que contribuam para garantir que 70% dos estudantes alcancem aprendizado adequado em Língua Portuguesa e Matemática, como preconiza o Plano Nacional de Educação (PNE).
Meta 2:

Alcançar desempenho médio em matemática e ciências, em bases similares ao observado em países da OCDE (492 para matemática e 495 para ciências no PISA de 2018)

  • Crescimento de 1,5% a. a. em ciências e de 1,8% a.a. em matemática
Indicador: Nota média de matemática e ciências no PISA

Nota: a meta foi estabelecida com base na média das notas da OCDE em matemática e ciências.

Fonte:  INEP - PISA. 

Iniciativas:
  • Implementar programas de recomposição da aprendizagem para estudantes que enfrentam dificuldades com matemática.
  • Promover a educação continuada dos docentes, voltada para o aprimoramento da didática e das habilidades dos educadores em disciplinas STEM.
  • Fomentar parcerias entre instituições de ensino básico e empresas que possuem aplicação prática nas áreas de exatas, visando estimular o interesse dos alunos em disciplinas STEM.
Elevar a qualidade da gestão escolar
Meta:

Elevar para 100% o percentual de diretores da Educação Básica que alcançaram o cargo por meio de processo seletivo e eleição​

  • Crescimento de 6,8 p.p. ao ano
Indicador: Percentual de diretores da Educação Básica que alcançaram o cargo por processo seletivo e eleição
Brasil
5,0 %
-
-
2019
5,0 %
-
-
2020
100,0 %
-
-
Meta

Nota: Indicador será considerado a partir de 2019 devido à mudança na metodologia de cálculo do indicador.
Fonte: Anuário brasileiro da educação básica.

Iniciativas:
  • Definir, no âmbito federal, critérios de elegibilidade para os cargos de gestão escolar.
  • Criar sistema de avaliação de competências, alinhado aos critérios de elegibilidade.
  • Criar banco de talentos, com candidatos qualificados para o cargo de gestão.
  • Ofertar formação em gestão escolar para qualificar candidatos à eleição de cargos, que farão parte do banco de talentos.
Aprimorar a formação inicial e continuada dos professores
Meta:

Atingir 100% de adequação da formação docente, em linha com diretrizes do PNE

  • Crescimento de 3,43 p.p. ao ano​
Indicador: Índice de adequação da formação docente – Docentes com formação superior na mesma área da disciplina que lecionam
Brasil
52,3 %
-
-
2015
54,1 %
-
-
2016
54,9 %
-
-
2017
56,6 %
-
-
2018
59,4 %
-
-
2019
62,5 %
-
-
2020
64,3 %
-
-
2021
65,7 %
-
-
2022
66,6 %
-
-
2023
100,0 %
-
-
Meta

 Fonte: Anuário brasileiro da educação básica.

Iniciativas:
  • Ampliar a formação inicial dos professores por área de conhecimento e alinhada às demandas territoriais.
  • Apoiar as redes de ensino na formação continuada de professores por área de conhecimento.
Ampliar as matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) integrada à Educação Profissional
Meta:

Elevar para 30% o percentual de matrículas na EJA, integradas à Educação Profissional

  • Crescimento de 2,7 p.p. ao ano
Indicador: Percentual de matrículas na EJA integrada à Educação Profissional
Brasil
3,0 %
-
-
2015
2,8 %
-
-
2016
1,5 %
-
-
2017
1,3 %
-
-
2018
1,6 %
-
-
2019
1,8 %
-
-
2020
2,2 %
-
-
2021
3,5 %
-
-
2022
4,7 %
-
-
2023
30,0 %
-
-
Meta

Fonte: Sinopse Estatística da Educação Básica - Censo Escolar INEP 2015-2022.

Iniciativas:
  • Criar um programa nacional de fomento ao acesso à EJA integrada à Educação Profissional.
  • Fomentar e expandir processos de certificação de competências de jovens e adultos, utilizando metodologia de reconhecimento de saberes para valorizar conhecimentos adquiridos ao longo da vida.
  • Melhorar a efetividade dos resultados da EJA e desenvolver mecanismos de assistência e apoio aos alunos que favoreçam a aprendizagem, a permanência e a conclusão dos cursos.
  • Utilizar metodologias inovadoras, com base em princípios que norteiam o aprendizado de adultos.
Melhorar a infraestrutura das escolas de Educação Básica
Meta 1:

Reduzir a zero o número de escolas brasileiras sem infraestrutura mínima de funcionamento até 2032.

  • Redução de 4,7 p.p.
Indicador: Escolas brasileiras sem infraestrutura mínima de funcionamento (% do total)
Brasil
9,0 %
-
-
2019
8,7 %
-
-
2020
7,7 %
-
-
2021
6,9 %
-
-
2022
6,9 %
-
-
2023
0,0 %
-
-
Meta

Nota: Valores atualizados devido a correção da metodologia, valor anterior considerava apenas escolas que possuem uma das categorias de inadequação como inadequadas, agora consideram um ou mais categorias inadequadas como escolas com infraestrutura inadequada.
Valores são considerados a partir de 2019 devido a uma mudança nos parâmetros utilizados para coleta e divulgação dos dados.
Fonte: INEP.

Iniciativas:
  • Concentrar esforços em escolas que apresentem inadequações na infraestrutura, visando à melhoria das instalações e garantindo um ambiente mais propício ao ensino.
  • Estabelecer parcerias com órgãos governamentais, ONGs e o setor privado, para promover o financiamento e a execução de projetos de melhoria na qualidade da infraestrutura escolar.
Meta 2:

Elevar o índice de digitalização das escolas brasileiras até 2032

  • Crescimento de 2,2 p.p. ao ano da parcela de escolas brasileiras com acesso à internet, infraestrutura digital e dispositivos
Indicador: Índice de digitalização escolar (% do total de escolas brasileiras) 
Nota: Internet inclui o acesso para ensino e aprendizagem e acesso à banda larga. Infraestrutura inclui a presença de lousa digital e projetor multimídia. Dispositivos incluem computador de mesa, computador portátil e tablets para uso discente.

Fonte: INEP.
Iniciativas:
  • Promover a cultura digital nas escolas da rede pública, assegurando equipamentos, internet, armazenamento na nuvem e formação contínua sobre tecnologias para a comunidade escolar.
  • Elaborar políticas e diretrizes pedagógicas para o uso de tecnologias educacionais que fomentem a interdisciplinaridade, a resolução de problemas e o desenvolvimento de habilidades para a tomada de decisões, fortalecendo a cultura maker e colaborando, dessa forma, para o alcance das competências preconizadas na BNCC.
  • Modernizar a arquitetura escolar para permitir maior flexibilidade e criação de espaços para o desenvolvimento de projetos e integração de novas tecnologias.
  • Levar internet de banda larga a todas as escolas brasileiras.
Temas Prioritários

Educação Profissional e Superior

A ampliação do acesso e o alinhamento da Educação Profissional e da Educação Superior com as demandas do mercado de trabalho são fundamentais para a formação de profissionais mais qualificados e inovadores, impulsionando a competitividade e o crescimento econômico.

Problema
A competitividade e a capacidade de inovação da indústria brasileira estão intimamente conectadas à Educação Profissional e superior. Nesse sentido, a formação de profissionais qualificados e atualizados com as novas tecnologias e métodos de produção é fundamental para que as empresas possam competir em um mercado cada vez mais globalizado e dinâmico.

O IBGE indica que somente 19,2% da população brasileira possuem ensino superior completo. Esse quadro é agravado pelo fato de que, segundo a OCDE, apenas 11% dos estudantes que concluem a Educação Básica têm acesso a cursos de Educação Profissional. Dessa forma, há um grande percentual de brasileiros sem acesso à Educação Superior ou Profissional.

Adicionalmente, apenas 17,5% dos estudantes da Educação Superior são da área de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Essa situação é ainda mais grave na pós-graduação, pois apenas 7,1% dos cursos de especialização são nessas áreas. Essa baixa participação evidencia o desalinhamento com as carreiras voltadas à indústria e à inovação científica.

Nesse contexto, prevalece um cenário de vagas de trabalho ociosas, devido à escassez de profissionais qualificados para funções específicas. Mesmo com o desemprego em alta, em 2019, cerca de 50% das indústrias brasileiras enfrentaram dificuldades para preencher postos de trabalhos específicos, em virtude da falta de trabalhador qualificado⁴⁰.

Outro desafio é alinhar o desenvolvimento dos programas de aprendizagem para permitir que os aprendizes efetivamente sejam qualificados efetivamente em ocupações demandadas pelo mercado de trabalho. Atualmente, apenas 16,1% dos aprendizes são efetivados nas mesmas empresas industriais a que estavam vinculados por meio de programas de aprendizagem e 36,3% conseguem emprego após o período de aprendizagem⁴¹.
Solução
É essencial incentivar o acesso e a permanência de estudantes na área de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), fortalecendo sua ligação com a Educação Básica, especialmente por meio do itinerário da formação técnica e profissional do Ensino Médio.

Isso implica alinhar a formação dos jovens às suas preferências vocacionais e às demandas do mercado de trabalho, evidenciando a aplicação dos conhecimentos à vida real. Parte desse processo envolve o incentivo à pesquisa e à inovação e o estímulo ao prosseguimento de carreiras científicas.

A formação de parcerias entre o sistema de educação e o setor produtivo é estratégica para alinhar a educação às necessidades do mercado de trabalho. Essa aproximação contribui para o aumento da empregabilidade de jovens e adultos e ainda contribui para elevar a produtividade e competitividade das empresas industriais.

Diante do atual cenário de transformação tecnológica, é fundamental promover estratégias que viabilizem a educação continuada e ao longo da vida, por meio da implementação de políticas educacionais voltadas para a permanente qualificação de todos os trabalhadores. Para tanto, o país precisa investir em estratégias de reskillingupskilling, que mantenham as habilidades e competências dos trabalhadores alinhadas às novas tendências tecnológicas.

A Lei 14.645/2023 traz avanços importantes para a Educação Profissional e Tecnológica, como a instituição de uma política nacional, o estabelecimento de um sistema de avaliação, a instituição de um censo, o fortalecimento na legislação educacional e a articulação da aprendizagem profissional com a Educação Profissional. 
Benefícios esperados
A Educação Profissional e Superior de qualidade, alinhada às demandas do mercado de trabalho, é essencial para a implementação das melhores técnicas de gestão, de tecnologias da indústria 4.0 e, principalmente, da inovação nas empresas.

A maior disponibilidade de profissionais com formação em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) possibilita também o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e processos, o que impulsiona a competitividade das empresas e garante ganhos de produtividade contínuos para a economia brasileira.

Programas de aprendizagem que permitam maior empregabilidade têm o potencial de contribuir para acesso e permanência dos jovens no mercado de trabalho formal. Isso eleva sua renda, reduz a desigualdade geracional e apresenta impactos positivos sobre a saúde mental dos jovens, por aumentar seu senso de pertencimento e produtividade.
41

Estudo realizado pelo observatório da indústria com base na RAIS.

Objetivos
Ampliar as matrículas no itinerário da formação técnica e profissional no Ensino Médio
Meta:

Elevar o percentual de matrículas no Ensino Médio, articuladas com Educação Profissional para 40% até 2032

  • Crescimento de 2,4 p.p. ao ano
Indicador: Percentual de matrículas no Ensino Médio, articuladas com Educação Profissional
Brasil
Média OCDE
9 %
-
-
43 %
-
-
2015
9 %
-
-
42 %
-
-
2016
10 %
-
-
41 %
-
-
2017
11 %
-
-
42 %
-
-
2018
10 %
-
-
42 %
-
-
2019
11 %
-
-
42 %
-
-
2020
11 %
-
-
42 %
-
-
2021
40 %
-
-
Meta

Fonte: OCDE.

Iniciativas:
  • Ampliar a oferta do itinerário da formação técnica e profissional do Ensino Médio, nas formas regular e EJA, com a colaboração de entidades como o SESI e o SENAI.
  • Capacitar professores para a implementação do itinerário da formação técnica e profissional do Ensino Médio.
  • Promover parcerias das escolas públicas com instituições de Educação Profissional para implementação do itinerário da formação técnica e profissional do Ensino Médio nas escolas públicas.
Ampliar o número de matrículas na Educação Profissional e Tecnológica
Meta:

Elevar o número de matrículas de cursos voltados à Educação Profissional e Tecnológica para cerca de 5,8 milhões

  • Crescimento de 5,6% a. a.
Indicador: Número de matrículas em cursos da Educação Profissional e Tecnológica (em mil matrículas)
Brasil
3,939
-
-
2015
3,511
-
-
2016
3,529
-
-
2017
3,790
-
-
2018
3,845
-
-
2019
5,767
-
-
Meta

Nota: Inclui qualificação profissional, técnico de nível médio, curso superior de tecnologia e pós-graduação profissional.

Fonte: MEC.

Iniciativas:
  • Incentivar a demanda por Educação Profissional de forma ampla evidenciando o potencial de empregabilidade de pessoas qualificadas e a necessidade de atualização contínua exigida pelo mercado de trabalho – inclusive em programas de aprendizagem profissional e entre alunos do Ensino Médio.
  • Instituir políticas de fomento à Educação Profissional, inclusive por meio de financiamento educacional.
  • Fomentar a oferta de cursos de qualificação e requalificação profissional por meio da destinação de recursos e colaboração entre agentes da educação e dos setores produtivos.
  • Contribuir para a elaboração e implementação da Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (Lei 14.645/2023) e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica nela previsto.
Aumentar a participação de alunos em cursos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática
Meta:

Meta: Aumentar a proporção de graduados em cursos da área de STEM para 25% até 2032

  • Crescimento de 0,67 p.p. ao ano
Indicador: Proporção de graduados do ensino superior em cursos da área de STEM (Ciência, tecnologia, engenharia e matemática) correlacionados à indústria
Brasil
Média OCDE
Média América do Sul
15 %
-
-
23 %
-
-
20 %
-
-
2015
17 %
-
-
24 %
-
-
21 %
-
-
2016
18 %
-
-
24 %
-
-
23 %
-
-
2017
18 %
-
-
23 %
-
-
18 %
-
-
2018
19 %
-
-
24 %
-
-
19 %
-
-
2019
17 %
-
-
23 %
-
-
19 %
-
-
2020
15 %
-
-
24 %
-
-
20 %
-
-
2021
16 %
-
-
24 %
-
-
18 %
-
-
2022
25 %
-
-
Meta

Fonte: UNESCO.

Iniciativas:
  • Criar uma política nacional para promoção de cursos na área de STEM, focada no aumento das matrículas e na redução da evasão nos cursos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
  • Priorizar o engajamento dos estudantes, com uso de ferramentas interativas, trabalhos aplicados e conexões com o mundo real.
  • Capacitar os professores para identificar e atender às necessidades e estilos individuais de aprendizagem dos estudantes.
  • Reconhecer os professores com melhores resultados em termos de didática e engajamento dos estudantes em áreas de STEM.
  • Aumentar o engajamento da indústria na elaboração dos currículos dos cursos de engenharia e superiores de tecnologia, na abertura de espaços para estágio, iniciativas de iniciação científica.
Aprimorar o nível de educação executiva dos gestores
Meta:

Atingir a proporção de 80% dos gestores da indústria com Educação Superior completa ou pós-graduação

  • Crescimento de 1,84 p.p. ao ano
Indicador: Proporção de gestores (dirigentes de empresas e organizações e gerentes) da indústria com Educação Superior completo ou pós-graduação
Brasil
54,0 %
-
-
2015
55,4 %
-
-
2016
57,2 %
-
-
2017
59,4 %
-
-
2018
58,8 %
-
-
2019
58,9 %
-
-
2020
58,8 %
-
-
2021
57,5 %
-
-
2022
57,3 %
-
-
2023
80,0 %
-
-
Meta

Nota: Revisão metodológica.
Fonte: RAIS

Iniciativas:
  • Promover a gestão em segurança e saúde do trabalho nas empresas.
  • Promover a gestão da inovação nas empresas.
Alinhar a Educação Profissional e superior às demandas do setor produtivo
Meta:

Instituir o monitoramento nacional de empregabilidade de egressos da Educação Profissional e Superior – indicador binário = 0 se não e 1 se sim

Indicador: Monitoramento nacional de empregabilidade de egressos da Educação Profissional e Superior instituída
Brasil
0
-
-
2023
1
-
-
Meta

Fonte: CNI.

Iniciativas:
  • Fortalecer iniciativas como o Mapa do Trabalho da Indústria, que identifica a demanda por perfis ocupacionais.
  • Alinhar a oferta de cursos da Educação Profissional à demanda das empresas, considerando as habilidades necessárias às novas tecnologias, os setores e as localidades onde os cursos são ofertados.
  • Mobilizar atores da Educação Profissional e Tecnológica para definir escopo e indicadores para a estruturação do monitoramento nacional de empregabilidade de egressos.
Ampliar a participação de profissionais de nível técnico e superior (tecnologia e engenharia) na indústria
Meta:

Alcançar 20% dos trabalhadores na indústria com nível técnico e superior (tecnologia e engenharia) em relação ao total de trabalhadores na indústria

Indicador: % de trabalhadores de nível técnico e superior (tecnologia e engenharia) na indústria/total de trabalhadores na indústria
Brasil
7,5 %
-
-
2014
7,8 %
-
-
2015
8,0 %
-
-
2016
8,0 %
-
-
2017
8,2 %
-
-
2018
8,4 %
-
-
2019
8,3 %
-
-
2020
8,3 %
-
-
2021
8,2 %
-
-
2022
8,3 %
-
-
2023
20,0 %
-
-
Meta

Nota: Devido a revisão metodológica, indicador passa a ser calculado a partir de 2014.
Fonte: RAIS.
Elaboração: Observatório Nacional da Indústria.

Iniciativas:
  • Fortalecer iniciativas como o Mapa do Trabalho da Indústria, que identifica a demanda por perfis ocupacionais.
  • Alinhar a oferta de cursos técnicos e superiores de tecnologia e de engenharia à demanda das empresas.
  • Aumentar o engajamento da indústria na elaboração dos currículos dos cursos técnicos e dos cursos superiores de tecnologia e de engenharia, e na abertura de espaços para programas de aprendizagem profissional para estágio e para iniciativas de iniciação científica.
Aumentar a taxa de efetivação dos aprendizes da indústria
Meta:

Aumentar para 40% a taxa de efetivação de aprendizes na indústria

Indicador: Taxa de efetivação dos aprendizes da indústria
Brasil
14 %
-
-
2008
16 %
-
-
2009
17 %
-
-
2010
17 %
-
-
2011
17 %
-
-
2012
18 %
-
-
2013
14 %
-
-
2014
14 %
-
-
2015
15 %
-
-
2016
18 %
-
-
2017
20 %
-
-
2018
25 %
-
-
2019
20 %
-
-
2020
19 %
-
-
2021
19 %
-
-
2022
40 %
-
-
Meta

Nota: Aprendizes em empresas com CNAE 5 a 43, com contratos encerrados entre 2008 e 2018, cuja aprendizagem teve duração mínima de seis meses, com contrato de trabalho diferente de aprendiz na mesma empresa até um ano após o contrato ser encerrado. 
Houve revisão na série histórica.
Fonte: RAIS/MTE.

Iniciativas:
  • Criar linha de fomento para oferta de aprendizagem profissional aos alunos da rede pública optantes pelo itinerário de formação técnica e profissional do Ensino Médio, via bolsa formação.
  • Criar um programa de estímulos para contratação de aprendizes, de modo a estimular as empresas a valorizar a aprendizagem profissional e recomporem sua cota de aprendizagem.
  • Providenciar revisão da Portaria 671/2022 para ajuste de distorções e harmonização com os dispositivos legais superiores.
  • Atuar para alteração do texto da CLT, para fortalecer o caráter educacional da aprendizagem profissional e promover sua modernização.